MULHER NÃO TRAI, MULHER SE VINGA?

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Já dizia Arnaldo Jabor: "Quem não dá assistência abre concorrência".

E abre mesmo.

O nível liberal das mulheres está tão avançado que muitas, além de assumir que traem, já não fazem a menor questão de se valer de desculpa para justificar o ato.

"Já traí uma vez. Não foi por vingança nem por maldade; simplesmente aconteceu como pode acontecer com qualquer um", diz a técnica de enfermagem Ana Cristina.

A traição pôs fim ao relacionamento de dois anos, mas ela não se culpa. "Traição não é só ficar com outra pessoa; o desejo é também uma forma de trair, e isso acontece com muitas mulheres, apesar de a maioria não admitir", complementa Ana.

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Mesmo sujeita a julgamento, a maioria das mulheres não concorda com a máxima que já virou hit, segundo a qual, "mulher não trai, mulher se vinga".

"Não tem essa não. Assim como o homem, mulher trai por vários motivos: porque quer, sente vontade, teve oportunidade. A questão de vingança é uma desculpa que já não cola", diz a atendente de consultório Fernanda Oliveira.

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Posicionamentos como o de Fernanda e Ana reforçam a opinião de especialistas de que existe uma mudança de comportamento no público feminino, principalmente no que se refere a relacionamento amoroso e a questões sociais e de juízo de valor.

"Está havendo uma mudança de comportamento, mas isso precisa ser visto sob vários aspectos", declara o psiquiatra e psicanalista Gabriel Oliveira.

Segundo ele, na visão psicanalista, as mulheres traem por uma falta ou por uma regressão inconsciente na busca de reviver o amor da infância.

"Na abordagem freudiana, a conduta remete a um fundo psicodinâmico, em que a traição acontece para suprir a falta ou a busca da primeira realização feminina, que é o da figura do pai", explica Gabriel.

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Já na questão comportamental, traição está diretamente ligada a juízos de valor.

"Aí entra a questão da transgressão, a mais direitos conquistados. No entanto, por mais que as mulheres digam que não traem por vingança, há embutida a ideia de querer imitar o homem, que na sociedade machista ou por questões culturais tem essa 'conduta aceita", justifica Gabriel.

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De um jeito ou de outro, o fato é que trair já não é considerado problema para a chamada mulher moderna, que, além de discutir o assunto, não se intimida em admitir que já traiu ou que pode trair um dia sem a menor dor na consciência.

"Não é que a pessoa vai ficar traindo direto, que não pode ver um homem, mas em um relacionamento maduro a traição pode ser tranquilamente superada e, às vezes, pode até dar uma apimentada na relação", comenta a enfermeira Tâmia Azevedo (Essa já traiu).

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Em boa parte das vezes, a curiosidade, aliada ao impulso e à oportunidade, e os problemas no relacionamento são os principais fatores que levam à traição. A lista de justificativas para não ser fiel é ainda maior e pode envolver sensação de perigo, poder, vingança, necessidade de autoconfiança, vaidade, insatisfação, cultura, novidade e carência.

No entanto, nem todas as mulheres estão preparadas para trair porque o ato vem normalmente acompanhado de consequências. O julgamento e o arrependimento são muito comuns e trazem sofrimento.

"A questão de ceder aos impulsos não quer dizer envolver-se emocionalmente com o outro, já que na maioria das vezes os encontros não se repetem. É preciso um amadurecimento nesse sentido", explica o psicanalista Maia Júnior.

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E é justamente nisso que diferem as traições de homens e de mulheres. Enquanto os homens se autovangloriam pelas conquistas, as mulheres normalmente se culpam, se arrependem.

"O remorso, a sensação de culpa é muito comum nos casos de infidelidade. É justamente isso que leva as mulheres ao consultório, à terapia", conclui Maia.

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Li no

Jornal DeFato

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"...as mulheres traem por uma falta ou por uma regressão inconsciente na busca de reviver o amor da infância". (Heim?)

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Cosinha mais complicada pra explicar uma traição feminina.

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Prefiro a explicação simplificada de Zé Farrinha:

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"Mulher trai porque é cachorra mesmo."

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